Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp. Aposto que esses novos são bem familiares, não é mesmo? E, com toda certeza, logo vem na cabeça uma palavra de 4 letras: Meta. 

Em 2021 tudo aquilo que, até então, conhecíamos como um produto do Facebook Inc., passava a fazer parte de um conglomerado denominado Meta Platforms Inc., com o CEO Mark Zuckerberg fazendo o grande anúncio, junto ao anúncio do famigerado (e um tanto quanto controverso) Metaverso.

Daquele ponto ficou claro que havia um desejo a mais em Mark, de não mais trabalhar apenas com uma parte do mercado de tecnologia e mídia social, mas começar a dar nome a um monopólio que há muito tempo vem sendo preparado e ano após ano e inserindo no dia a dia dos indivíduos e empresas, tornando impossível não se atrelar a isso.   

Mark Zuckerberg quer dominar o mercado?

Mark Zuckerberg CEO da Meta
Foto: Divulgação/Meta/Canaltech

Não é mais novidade que há sim um desejo de Mark Zuckerberg em criar um domínio do mercado de mídias sociais e publicidade digital mundial, tornando impossível torcer o nariz ou recusar fazer parte disso. 

Para se ter uma noção, dados revelados em fevereiro de 2023 pela própria Meta mostraram que o Instagram sozinho atingiu a marca de 2 bilhões de usuários ativos diariamente, em todo o mundo, na plataforma. São esperados US$40 bilhões em vendas anuais de anúncios em 2023. 

Para se ter ideia, só no Brasil a rede social conta com mais de 113,5 milhões de usuários, que representa incríveis 53,70% dos 211 milhões de habitantes do país. Ou seja, mais da metade das pessoas de todo o país tem conta no Instagram e usam a plataforma. Isso que estamos falando só do Instagram, que é apenas uma das marcas pertencentes à Meta. 

Os movimentos de Mark nos últimos anos

No começo da década de 2010 o Facebook já era a maior rede social do mundo, com mais de 500 milhões de usuários e valor estimado em torno de US$104 bilhões. Mark, nesse ponto, percebeu que precisaria começar com as movimentações e aquisições que dariam início ao seu monopólio, diversificando sua atuação e permitindo a geração de diversas fontes de renda.

Em 2012 o Facebook adquiriu o Instagram por 1 bilhão de dólares, que naquele momento era apenas uma rede social hypada, com foco principal na produção de fotos. Com o tempo, a rede social cresceu de forma considerável e adquiriu diversas funcionalidades e funções extremamente aclamadas.

Dois anos depois, em 2014, era a vez do WhatsApp ser comprado pelo Facebook. O app de mensagens instantâneas foi adquirido pelo valor de aproximadamente 22 bilhões de dólares na época.

Não parou por aí, pois no mesmo ano veio outro passo gigante: o Facebook fez outra aquisição de grande porte, adquirindo a empresa Oculus, criadora de diversos dispositivos de realidade virtual. A aquisição girou em torno de $2,2 bilhões e elevou o Facebook no mercado de tecnologia e realidade virtual, gerando muita controvérsia acerca do monopólio que estava visivelmente sendo montado.

Voltando para 2013, a empresa de Zuckerberg tentou comprar o Snapchat, rede social de mensagens temporárias, por aproximadamente 3 bilhões de dólares. A aquisição do Snapchat, no entanto, não se concretizou. Isso deu lugar à criação do Instagram Stories, em 2016, que fez um sucesso extremo e causou uma grande evasão de usuários do Snapchat, diminuindo consideravelmente sua popularidade.  

Além dos stories, outra funcionalidade adicionada foi do IGTV. A ideia era concorrer com o Youtube, criando uma função dentro do Instagram que possuía dinâmica parecida, porém que mantivesse o usuário inserido no Instagram. 

Com o tempo, a função do IGTV foi descontinuada e deu espaço aos reels, em 2020, como uma forma de tentar concorrer com o TikTok, então todo vídeo que é postado no Instagram hoje se converte em um conteúdo em Reels, seja ele curto ou não. 

Novidades e mais novidades no WhatsApp e Instagram

Você pensa mesmo que as novidades acabaram por aí? O Instagram e o WhatsApp por exemplo continuam recebendo novas funcionalidades que os tornam cada vez mais indispensáveis e necessários, principalmente para as empresas que necessitam de um ecossistema de comunicação eficiente.

Veja abaixo algumas das novas funções implementadas no Instagram neste ano:

  • Canais de transmissão: recentemente os canais de transmissão foram adicionados ao Instagram. Ele funciona como comunidades ou grupos fechados, onde apenas o admin pode enviar mensagens, imagens e links. Uma ótima ferramenta para aquela empresa que quer ter um canal mais direto de contato com os clientes para compartilhar novidades, ofertas, descontos e muito mais. 
  • Chatbots nos Directs: os chatbots não são, necessariamente, uma novidade no direct, mas começaram a receber maior atenção das marcas. O aumento é bem expressivo, muitas empresas estão usando os robôs no chat do Instagram. Elas estão aprimorando cada vez mais o recurso.
  • Reels com maior duração: assim como nos outros aplicativos de vídeo, o Instagram resolveu ampliar o tempo limite dos conteúdos feitos para o Reels. Agora haverão muito mais possibilidades de criar vídeos, explorando muito mais, cada recurso oferecido pelo Reels, permitindo conteúdos institucionais ou outros conteúdos mais extensos.
  • Selo de verificação pago: o serviço de assinatura Meta Verified, do Instagram e do Facebook, chegou ao Brasil em formato de teste no último dia 20 de junho, permitindo que os usuários tenham acesso ao cobiçado selo azul que é comum entre celebridades, influencers e marcas famosas.
  • Threads: ou melhor dizer cópia do Twitter? Veja mais sobre isso na seção abaixo.

O WhatsApp também está constantemente recebendo novas atualizações com funções cada vez mais úteis e pedidas. Confira algumas das mais notórias:

  • Comunidades
  • Proteção de conversas com biometria ou senha 
  • WhatsApp Pay para empresas (até então o recurso era liberado apenas para usuários comuns)
  • Reações com emojis em mensagens 
  • Conectar a mesma conta em vários aparelhos
  • Encaminhamento de mídias com legenda
  • Edição de mensagem enviada

É, a Meta não está para brincadeira, não. Mesmo com tantos concorrentes em diferentes nichos do mercado, a empresa ainda consegue reter grande parte dos usuários em seus produtos. 

Threads: o Twitter da Meta

Threads é a nova rede social da Meta para competir com o Twitter
Foto: Meta/Reprodução

Na última quarta feira, 5 de julho, a Meta lançou algo que podemos chamar de uma nova rede social, chamada Threads. Com 2 dias, a plataforma já contava com cerca de 30 milhões de usuários. 

O objetivo principal é competir com o Twitter, plataforma atualmente coordenada pelo empresário Elon Musk. 

A nova rede tem uma vantagem: ela aproveita a imensa quantidade de usuários da plataforma de Mark Zuckerberg, que no passado foi uma ferramenta para compartilhamento de fotos e hoje é uma das maiores redes sociais do mundo, com bilhões de usuários ativos todos os dias. 

Mas afinal, o que é esse tal de threads?

Lançado em mais de 100 países simultaneamente, Threads é a nova rede social da Meta, que possui funcionalidades praticamente iguais às do Twitter - com exceção de algumas coisas que o Twitter tem e que ainda não foram implementadas nessa primeira versão da nova rede social.

Parcialmente integrado ao Instagram, a rede permite que usuários publiquem pequenos textos, imagens ou vídeos de até 5 minutos, além da possibilidade de seguir as mesmas contas que já seguem no Instagram e possam responder a postagens públicas de forma semelhante ao Twitter. Os textos têm limite de 500 caracteres. 

A plataforma está disponível para Android e iOS e a expectativa é que boa parte dos dois bilhões de usuários migrem para a nova rede social, colocando a Meta, novamente, em uma posição de poder. 

100 milhões de usuários em 5 dias 

Quer mais uma comprovação do poder monopólico? Então lá vai: foram 100 milhões de usuários criando suas contas no Threads em apenas 5 dias, contando desde o dia do lançamento. 

É um número bem expressivo, que muitas outras redes sociais e aplicativos demoraram um tempo bem maior para alcançar tal marca. 

Confira o tempo médio que as maiores redes sociais e aplicativos demoraram para alcançar a mesma marca de usuários que o Threads alcançou em apenas 5 dias: 

  • Threads: 5 dias
  • ChatGPT: 2 meses
  • TikTok: 9 meses
  • Instagram: 2 anos e 4 meses
  • Telegram: 2 anos e 6 meses
  • WhatsApp: 3 anos e 8 meses
  • Snapchat: 3 anos e 8 meses
  • Facebook: 4 anos e 6 meses
  • Twitter: 5 anos e 5 meses
  • WeChat: 5 anos e 7 meses
  • LinkedIn: 7 anos e 11 meses

Regulação europeia impediu o lançamento

A Meta não deve lançar o aplicativo Threads para países da União Europeia tão cedo, segundo foi revelado pelo jornal The Independent, na semana passada, alegando ser uma decisão da Comissão de Proteção de Dados (DPC) da Irlanda, que está à frente de questões envolvendo a Meta e políticas de privacidade.

O que barra o app de atuar na União Europeia é a captura e uso dados de comportamento e anúncios, que envolvem localização, histórico de navegação e pesquisa, além de dados de saúde e outras informações confidenciais. 

O mesmo órgão proibiu, anteriormente, a Meta de lançar serviços de publicidade no WhatsApp que utilizassem dados tanto do Facebook quanto do Instagram e agora o mesmo mecanismo está sendo seguido com o Threads. 

Contudo, o aplicativo não foi bloqueado permanentemente, mas está suspenso até que a Meta lance o serviço de acordo com as leis de proteção de dados da UE (União Europeia).

Mark Zuckerberg X Elon Musk 

Elon Musk CEO da Tesla e Mark Zuckerberg CEO da Meta frente a frente

Com o Threads, a batalha de um ano entre Elon Musk e Mark Zuckerberg recebeu um novo capítulo. O CEO da Meta deu, praticamente, um golpe em Musk quando lançou a rede social que concorre diretamente com o Twitter.

O anúncio da semana passada foi feito de surpresa, acompanhado do primeiro tuíte de Zuckerberg em mais de uma década: o meme do Homem-Aranha costumava zombar de duas coisas muito parecidas.

Apesar de suas brigas públicas, os dois executivos estão em alta este ano. Desde o início de 2023, a fortuna de Zuckerberg saltou 137% de US$43,8 bilhões para US$103 bilhões. No mesmo período, o patrimônio líquido de Musk aumentou 68%, de US$146,5 bilhões para US$246 bilhões. Uma verdadeira briga de gigantes, não é?

O monopólio 

O monopolio de redes sociais da Meta com o Instagram, Facebook, Messenger, WhatsApp, Oculus
Créditos: Divulgação/HtTech

Acima você viu provas de todos os movimentos mercadológicos feitos por Mark Zuckerberg nos últimos 11 anos e como tudo foi feito pensando em realmente dominar grande parcela do mercado de redes sociais, realidade virtual e muito mais 

Analise a comunicação digital de qualquer marca e empresa nos dias atuais, sejam grandes, médias, pequenas ou multinacionais e verá que todas estão no Instagram, Facebook, produzindo conteúdo, postando reels, atendendo seus clientes através de chatbots no Direct ou WhatsApp e fazendo campanhas pagas.

É unânime, e não tem como fugir disso. Estamos falando de um dos maiores players do mercado dos anúncios online, que movimenta milhões, até bilhões, todos os anos, ficando atrás apenas do Google.  

Impactos na comunicação

Com uma nova rede social adicionada ao portfólio da Meta, isso abre um novo viés a ser explorado pelas marcas, pois é mais um canal para se relacionar com seus clientes e, quem sabe no futuro, gerar vendas.

Claro que isso depende muito do público de cada marca. Como o Threads é inspirado no Twitter, ele chamará a atenção desse público mais jovem, que anseia por novas opções devido a saturação das redes atuais. A comunicação então precisará se adaptar a esse novo ambiente, estar em consonância com a linguagem.

Marcas de beleza, fast food e vestimenta, por exemplo, conseguirão se adaptar muito mais rápido do que outras. Mas por que? Porque normalmente são as marcas mais disruptivas, joviais, que seguem as tendências e querem se aproximar do público mais jovem.

Outros segmentos, que focam em públicos mais velhos, ou mesmo um público B2B, por exemplo, podem não ter resultados tão relevantes nessa nova rede, porque o conceito é outro.

Como fica a publicidade digital? 

No threads ainda não há anúncios, mas nos próximos meses, a depender do quão bem aceito e recebido será, provavelmente já haverá a possibilidade de anunciar neste espaço. Mas quem disse que não é possível anunciar? O que não existe ainda é um espaço exclusivo de anúncios, mas o terreno já começou a ser preparado por algumas marcas.  

Vários anunciantes e marcas famosas criaram perfis e já fizeram suas primeiras ações comerciais no novo aplicativo, utilizando, principalmente, influenciadores. 

Como de costume as publis são as mais criativas e cativantes possível, inserindo os produtos em storytelling envolventes.   

A melhor estratégia a ser seguida pelas marcas e empresas é conversar com quem está chegando e entender como a rede vai ganhando forma, ficando de olho nos movimentos e modo de consumo nesse novo canal.

O Threads traz uma grande vantagem que é a proximidade para conversar diretamente com o público, espaço esse que até hoje nenhuma outra rede social tomou do Twitter. 

No que diz a espaços e formatos voltados exclusivamente para anúncios na plataforma, provavelmente ficaremos sabendo ao longo do ano, com as atualizações, movimentação do mercado e a aceitação com o público. 

Com o threads aberto para publicidade, serão ao todo 5 espaços publicitários da Meta, abrindo o leque para muitas possibilidades aos anunciantes.  

O lado ruim de tudo isso é que os anunciantes se tornam dependentes de um player único que comanda grande parte dos meios mais relevantes.

Há outros players como TikTok Ads, LinkedIn Ads, Pinterest Ads, Amazon Ads, Twitter Ads, entre outros. O ponto é que nenhum desses abrange uma quantidade tão grande de pessoas e formatos quanto o Meta Ads. 

Conclusão 

A expansão da Meta, liderada por Mark Zuckerberg, no mercado de tecnologia e mídia social tem sido marcante, com a aquisição de marcas como Instagram, WhatsApp e Oculus, consolidando seu domínio no setor. 

Essas aquisições estratégicas permitiram à Meta construir um ecossistema abrangente que abarca bilhões de usuários em todo o mundo.

Com o lançamento do Threads, uma nova rede social integrada ao Instagram, a Meta busca competir diretamente com o Twitter. Essa expansão traz novas oportunidades de comunicação e interação para marcas e empresas, além de ampliar o alcance e a influência da Meta.

O fato é: não podemos fugir! A Meta é dona de um portfólio extremamente essencial para comunicação digital das marcas. Como agência o que podemos fazer é entender como usar isso a favor de cada cliente, levando em conta o que almeja alcançar e o que é mais viável.